A famosa viola azul. |
Não foram poucas as vezes que ouvi o som, quando era criança, das violas caipiras e dos violões, enchendo os cômodos da casa dos meus avós. Na maioria das vezes eu estava correndo, pulando, brincando ou até mesmo deitado no sofá. Mas nunca vou esquecer aqueles dias e principalmente a reluzente viola azul do meu bisavô.
Muito tempo se passou, viajei, me mudei pra bem longe e nunca mais
tive aqueles momentos tão perto de mim. Minha vida mudou e tudo em volta dela
também. É como se um novo eu houvesse surgido, mas sem nunca esquecer o meu
velho eu.
Aquelas ruas, que antes eu corria e brincava descalço, agora são estranhas e muitas vezes perigosas pra mim; caminhos se tornaram irreconhecíveis e as pessoas que ali estão igualmente. Mas, mesmo que tudo mude, não vou deixar de lembrar as pequenas rodas de moda caipira que cantavam por lá.
Aquelas ruas, que antes eu corria e brincava descalço, agora são estranhas e muitas vezes perigosas pra mim; caminhos se tornaram irreconhecíveis e as pessoas que ali estão igualmente. Mas, mesmo que tudo mude, não vou deixar de lembrar as pequenas rodas de moda caipira que cantavam por lá.
Como é doce lembrar-se desses dias e depois de muitos anos poder
tocar, sim, uma nova geração surgiu, um novo enredo se formou, mas a tradição
nunca se apagou. A viola azul ainda ressoa um som maduro que somente quem
conhece a sua história sabe como é. Apesar de tudo ter se transformado, quando
pego nela, tudo ainda parece igual.
Porém as mudanças ocorreram e vão deixar saudades, a casa de meus
avós hoje não tem mais aquelas festonas e churrascões com muita gritaria e
risadas. As viagens para o Paraná não são mais tão frequentes, porém de lá,
grandes recordações ainda são remanescentes de tempos áureos em que os
problemas não eram tão correntes.
Não digo que hoje minha vida seja um caos, mas que quando olho
para a “VIOLA AZUL” lembro do quanto eu era feliz e não me importava com o que
o mundo dizia de mim. Almejo um dia poder sentir o mesmo, pode até parecer uma
utopia, mas nunca é cedo de mais pra sonhar.
Meu vô, meu tio-avô e meu bisavô tocando moda de viola. |
Ricardo, o seu tio babão (Toninho) me indicou o link deste texto. Bem, ele não exagerou nos elogios e, como tenho um histórico de apaixonado apego às rodas de viola caipira em família, tua linda crônica soou-me como um choro de viola com notas de pura emoção!
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